segunda-feira, maio 23, 2005

A causa dos bons radicais

Foi com surpresa que muitos leram ou viram na TV que uma das 3 (?!) arestas do quadrado do círculo deu início a um movimento pelo Não! ao referendo europeu.
Ficaram também surpresos aqueles que minimizaram o acontecimento, com as "abrangentes" declarações de apoio que o dito já recebeu.

Eu voto um ruidoso Nim!

Quero votar sim porque acredito que Portugal pode vingar num quadro de plena Integração Europeia a 25+, e com muito esforço assumir-se como representante oficioso dos pequenos Estados, com voz para influenciar os 6 "Grandes"que vão acabar por mandar.

Quero votar não porque o documento a votos é desequilibrado, não oferece contrapartidas suficientes para compensar a perda de soberania e porque desconfio de tudo o que tenha a mão do Giscard d´Estaing.

Podia escrever umas boas páginas de prós e contras, mas se há algo que discordo em absoluto é a incrível falta de informação que dispõe o povo português sobre o Tratado que vai a referendo, e também a incrível e conveniente pouca vontade dos Partidos e Governo em informar.

Se disser que o povo português está para o que se passa em Bruxelas como a minha Faculdade está para o Tratado de Bolonha....

Por isto tudo só me resta aplaudir a iniciativa do Dr. Pacheco Pereira, que vai pelo menos obrigar a algum debate, e aplaudir também os ventos de mudança na minha Faculdade.

Flash News!

Flash News!

Liliput continua sob o tacão do corporativismo "fascizóide"!

Sim é verdade. Após 31 anos o povo português começa a acordar para a cruel realidade que esteve sempre lá mas que não queríamos ver.
Um país a saque por Spin Doctors, políticos corruptos escondidos sob uma pose de Estado, moral, e valores tradicionais. Enfim, toda uma teia de interesses, ganância e sede de poder.

Mas quem são os responsáveis?
Somos todos nós.

Aqui vai uma listinha de perguntas que nos deveríamos fazer:
1- Porque não há memória de falir um banco em Portugal ?
R: porque não investem na criação de novas empresas, não arriscam, não contribuem para o desenvolvimento económico, ou seja, não fazem nada daquelas coisas que justificariam os benefícios e isenções fiscais nebulosas que gozam.

2- Porque sentimos que os deputados da Assembleia não fazem nada por nós?
R: Porque não os conhecemos, porque em tudo votamos em Partidos, em cores, mas não em caras. Assim se ninguém trabalhar a culpa é do Partido, se nos tentam passar a batata quente da responsabilidade culpamos a "conjuntura desfavorável"...

3- Porque é que ninguém pode criticar a Comunicação Social?
R: é suicídio, eles acham-se acima da lei, abusam do direito à liberdade de imprensa e questionam a moralidade e integridade de tudo e todos sem olharem para a sua.

4- Porque é importante a Comunicação Social?
R: Porque é o veículo principal das guerras entre ( e dentro) dos Partidos e entre os grupos económicos que controlam o0s jornais e os Partidos.
Porque ainda há bom jornalismo em muitos jornais e a manta corporativista já não chega para tapar tudo o que se faz e inventa cá no rectângulo. Viva o bom jornalismo!

5-Porque jovens como eu estão na Política?
R: Porque sei que sozinho nunca farei a diferença mas busco outros desiludidos e zangados como eu, dispostos a fazer o que for possível para levar o país para a frente. E mesmo que um dia corram conosco, espero antes abrir uns quantos buracos na manta podre do silêncio!

segunda-feira, maio 16, 2005

Lei da Selva Política


A política partidária em Portugal, nomeadamente a nível das suas juventudes, desenvolve-se num ambiente viciado e segundo determinadas regras não-escritas mas aplicadas.
Estas "regras" muitas vezes ignoram os princípios da legalidade democrática e valores sociais que os seus "aplicadores" observam na sua vivência na sociedade civil.

A aparente impunidade que certos dirigentes julgam gozar deriva do seu entendimento do que é o poder, como uma espécie de interpretação literal da definição de Weber ( "Poder é a capacidade de obrigar"), adicionando-lhe a capacidade de operar à margem das leis que inclusivé dão forma e substância às estruturas que dirigem.

Se entendermos que teoricamente as estruturas partidárias de juventude servem principalmente para preparar os jovens para fazerem uso do poder democrático ao serviço da sociedade civil...
Não podemos continuar indefinidamente a formar animais políticos sob o risco de perpetuar a Lei da Selva Política que impera na nossa nação liliputiana!

domingo, maio 15, 2005

Viva o Taxo Sr. Presidente!

A história do PSD é riquíssima e dramática. Tragédias, grandes vitórias, justiças e injustiças, sensibilidade ou cegueira ( por vezes colectiva, outras vezes nas cúpulas) aos problemas do país e à vontade das bases.

A noite da passada terça-feira teve um pouco de tudo, na Assembleia de Militantes do PSD de Algés, no concelho de Oeiras.

Foi uma grande vitória das bases, que com 273 votos contra 134 rejeitaram claramente a moção da Comissão Política de secção para o apoio à candidatura da Dr. Teresa Zambujo à Câmara de Oeiras.

Foi uma noite de justiça para com o legado do Dr. Isaltino de Morais, quando a Assembleia votou de forma esmagadora a favor de uma moção de apoio à candidatura do supracitado.

Foi uma noite de injustiças várias, onde o autismo de alguns e o excesso de zelo de outros gerou por vezes situações mais acaloradas, e muito se disse sobre muita gente que decerto amargou a boca de quem proferiu tais declarações.

A tragédia revelou-se no cair do pano, na atitude do Presidente da Secção de Algés.
Quando uma moção recomendou à comissão política que se demitisse por falhar na defesa da real vontade dos seus eleitores, o "meu" Presidente foi ao palanque declarar que não o faria e que continuaria a apoiar a candidata rejeitada, em nome da secção!

Viva o Taxo Sr. Presidente! Viva com ele e com a sua consciência!