quinta-feira, agosto 25, 2005

9 conceitos para futuros mandamentos

Vou correr o risco de reflectir sobre o "país das bananas". De novo.
Conversas que tenho mantido aqui e acolá, acrescidas de uma valente "injecção comuna" que ontem me deu ganhas de estrafegar com extremo prejuízo o meu interlocutor, levam-me a concluir que ainda há muita gente a viver em "utopias negativas" da tanga, no que toca à sua visão da realidade portuguesa.
Não indo ao extremo limite do ridículo de chamar a isto os 10 mandamentos do Da Boss ( parece que já houve um contador de histórias, que abriu buracos no mar e espalhou pragas, que registou a marca) , vou chamar a esta reflexão "os 9 conceitos para futuros mandamentos do Da Boss" ( POWERED by Buraconoceu) :

1-É preciso poder despedir para poder contratar- princípio básico da mobilidade no mercado de emprego. Quantos de vós não conhecem casos de pessoas que se esforçam muito durante nove meses para entrarem no quadro para depois pararem de produzir, baixas sucessivas etc?

2- Renovação e humanização das administrações das empresas- muitos daqueles que decidem os rumos das empresas estão ultrapassados, são pouco humanos face aos seus funcionários, pouco sérios na altura de pagar aos fornecedores e muito inflexíveis na hora de cobrar dívidas.

3-Função pública versus tacho- Um problema de fácil resolução, mas porque e que só há um curso de gestão e administração pública em Portugal? Como não formamos pessoas para operarem na administração pública deixamos todas as vagas à malta do tacho. É comum nos países do Norte da Europa existirem universidades dedicadas à formação de funcionários públicos para os vários ramos do aparelho de Estado. Aplicando á mentalidade portuguesa actual, se é para se dar tachos pelo menos sejam dados a tachistas competentes.

4-Corrupção na justiça portuguesa?- ninguém duvida, mas quem vai guardar os guardas? Muitos dos políticos em posição de alterar isto têm as mãos demasiados sujas para isso, alíás é prática do PS nomear presidentes do conselho de magistratura feitos à medida para abafar certos processos ( Lembram-se do irmão do Paulo Pedroso? ).

5- Renovação tecnológica na justiça- Boas medidas, novos equipamentos, melhores condições de trabalho, mas uma média de idades de funcionários adjudicados ao aparelho de justiça que ronda os 46 anos, por isso os PC´S estragam-se, os dados são mal inseridos, os sistemas bloqueiam e voltamos aos processos em papel a circular livremente nos corredores.

6- Reformas versus greves- posso não concordar com algumas das medidas de vários governos do PS e PSD, mas o facto é que se por exemplo no norte se fizer greves a pedir reformas, no sul fazem-se greves contra as reformas. Acreditem que deve haver muitos políticos com vontade de fazer greve também, havia de ser engraçado.

7-Contenção versus desperdício- parece-me que nenhum governo pode ser credível se acompanha medidas impopulares com uma caça ao tacho pelo seu aparelho partidário, tanto no PSD cmo no PS ( estes últimos acho piores pois fazem-no e alguns até dão entrevistas em que admitem que não percebem nada de, digamos, petróleo, mas que aceitam ser administradores na mesma).

8- Comunicação Social versus Democracia- da última vez que vi na constituição, não havia nada que legitimasse um quarto poder como este que se fortalece de dia para dia. Quem viu o debate ontem sobre o concelho de Oeiras e sabe também que o mandatário da campanha da Teresa Zambujo se chama Pinto Balsemão até nem estranha o 3 contra 1 a tentar enterrar um homem que já era rico antes de ir para a Câmara de Oeiras, fez a obra de que nós oeirenses desfrutamos todos os dias, e agora vê-se alvo de uma tentativa de assassinato político por um minorca, um magnata em apuros e uma tipa recém-licenciada. Será que já há um espaço reservado ao expresso no Taguspark?

9-Política versus comunicação social- é uma tentação enorme fazer uma chamada, passar uns documentos e esperar pela notícia. muitos políticos usam activamente a comunicação social para conduzirem as suas guerras internas para chegarem ou se manterem no poder nos seus partidos. Felizmente há muito bom jornalista neste país que olha com clareza para isto tudo, mas estes não chegam lá acima para libertarem uns e expulsarem outros que se julgam, à boa maneira portuguesa, donos da verdade.

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