segunda-feira, dezembro 16, 2013

100 anos da Guerra "para acabar com todas as guerras"



Querido blog,

O meu bisavô Trajano esteve lá.
Lutou contra o inimigo, contra a fome e a doença. Ficou surdo e coxo quando atravessou a terra-de-ninguém para salvar um tenente ferido, e no regresso foi atingido por um morteiro.
A história recente do mundo ensina-nos que a guerra está sempre à espera ao virar da esquina, que a expressão "Nunca mais!" não lhe é aplicável.
Hoje em dia conhecemos a Guerra através dos relatos dos vivos, e ficamos comovidos com as histórias de coragem, de sacrifício e dor.
Sentimos a emoção dos hinos, das entrevistas aos sobreviventes, dos familiares separados pelo conflito, e reencontrados anos depois.
Mas a Guerra, mais ou menos televisionada, mais justa ou injusta, é sobretudo um filme mudo, um rodapé infindável de nomes, de vozes silenciadas para sempre.
Em 2014 vamos evocar o Centenário da Guerra "para acabar com todas as guerras" ( como dizia, ironicamente Loyd George), mas também assinalamos mais um ano do maior período de paz na História da Europa. Uma paz que pode ou não perdurar, mas que por ora continua a ser uma garantia de futuro para a minha geração.
Entrarei em 2014 com o desejo profundo que esta Velha Europa irrequieta, saiba continuar a canalizar as suas energias para os caminhos da liberdade, igualdade e fraternidade.
Porque são estas as palavras de paz que protegem os europeus, daquele silêncio ensurdecedor que se abate sobre milhares de pessoas por todo o mundo, todos os anos.



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